Conversa franca com meu velho Amigo – 11


Hey Amigo! Estou com medo. Tenho andado tão distante, tão frio, tão perdido. Tudo que eu queria dessa vida era não mais sofrer tudo que eu já sofri. Mas me pego sempre na mesma sinuca de bico. A história repetitiva de auto sabotagem e solidão, e dor. Meus Deus, e como essa dor me cega! Por breve espaço de tempo parece que não vou suportar todo peso disso. Não importa muito o que eu faço, nunca consigo revelar a genuinidade do meu ser. Eu não consigo me salvar. Eu nem sei se posso... Nem tenho mais esperanças com relação a mim, aliás, ninguém espera mais nada de mim.  Tudo o que eu queria era por fim a isso tudo. Mas nem isso eu consigo... Cê sabe Deus, Você melhor do que ninguém sabe de tudo. Você vê, Você sente, Você penetra no mais fundo de mim melhor do que eu mesmo. Por favor, meu Deus. Estou tão cansado! Eu preciso ajudar quem eu amo. Por favor, eu preciso de forças! Eu não tenho mais nada! Tudo que eu tenho é uma vontade enorme de ajudar quem eu amo. E é isso que me motiva ainda estar aqui. Eu quero me despir de mim mesmo e só ter a pureza de fazer quem eu amo feliz. Não preciso e nem quero logro disso, quero que meu egoísmo morra de vez, quero que minha vaidade e minhas exigências deixem de existir. Eu sou um monstro! Eu nem aguento me ver! Eu não suporto isso em mim. Outrora eu fui um menino, e eu sinto tanta falta daquela pureza! Ai meu Deus! Como eu queria voltar no tempo e fazer as coisas diferentes. Como eu queria ter reagido de outra forma. Mas eu só tenho uma chance para os meus dias que não voltam. A vida só é essa e eu não tenho mais nada na que eu vivi até agora. Estou confuso, sozinho e vazio. Muito vazio! Não consigo enxergar um palmo de distância. Faço uma pergunta sem esperança de retorno, reúno todo resquício de energia para questionar se ainda há esperança pra mim. Há?

Amo Você com tudo de mim.

Do seu sempre filho-criatura,


Bruno Serdera

Foto: Rob Woodcox

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