...

Eu tenho marcas dentro de mim
Marcas feitas pela lua, pelo sol, pelas estrelas
Marcas essas que obtive pelo amor
Obtive por entregar tudo que tenho de mim às pessoas que amo
Estupraram minha pureza
Usaram minha bondade
Usurparam meus sonhos
E agora?
Eu sigo sozinho, pois o mundo não é digno de mim
Não é digo e nem compreende quem eu sou
Eu dou adeus à esperança vans
Dou adeus a toda mentira, crueldade, indiferença
Pois me fecharei em mim mesmo
E viverei o resto dos dias trancando em mim
Nunca mais darei meu coração a alguém
Nunca mais acreditarei de novo no ser humano
Tudo que eu tinha se perdeu
E o que sobra é o nada
A desesperança
O enfado da vida
O tédio
A lamentação do que foi
Não tenho beleza nisso
Só a miséria da existência
Só o tormento de minhas memórias
Covarde?
Posso ser...
Mas o mundo não merece quem eu fui até agora
O mundo nunca me mereceu
O mundo abusou de mim desde que eu nasci
O mundo me tomou coisas
O mundo me odiou, me rejeitou, me vomitou
E agora eu não tenho mais vida em mim
Sou um morto-vivo
Um zumbi que faz coisas automáticas para o Sistema
Trabalho, rio, como, durmo, me relaciono...
Pra quê?
Qual o sentido disso tudo?
Eu não sou nada
Eu não tenho nada
Tudo o que eu tinha acabou
Não tenho mais vontade
Não tenho mais desejo
Só dor
E vazio
E mais dor
E mais vazio

Quero fugir de mim...

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