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A madrugada denuncia meu turbilhão interior. Esse insone tornado de pesares, lembranças, sorrisos, amores, preocupações, sonhos... Eu me pego pensando em como um certo "você" está? Ou seriam "vocês"? A dúvida me toma para disfarçar a certeza que se estende absoluta, da qual fujo todo dia. Eu sei demais pra mim mesmo. Portanto, fecho a cara pra minha clareza, cingindo-me protetoramente de subterfúgios estapafúrdios. Sei o que quero e o que posso. Nem sempre o que posso é o que quero. Nem sempre o que quero é o que posso. Caminho cambaleante por desejos tortos, por pesares antigos de um coração maltrapilho e cansado. Quero repouso mas não encontro abrigo. Sou de ninguém pois ninguém me pertence. E me dou a devaneios coloridos e tristes ilusões. Pra talvez matar minha sede ou aliviar o meu peito. Quem me dera saber minha sorte! Se soubesse o que o universo reserva, me daria ao prazer da espera ou daria cabo da existência....
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