Rei


Quando a noite cai
Respiro teu sexo
Que escorre morno e violento
Por cada viela suja

De norte à sul
Amo-te com medo
Tua santidade e teu homicídio
Tua beleza e cada bueiro

Sou rei nessa avenida vazia
Sou inseto correndo da morte
O descaso dos viadutos
E a ostentação beira-mar

No sereno da madrugada
Perco-me em tua orgia
Lanço-me em casas e camas
Sem hora pra voltar

Libidinosa escorre minha alma
Por cantos e boates
Praias, ônibus e morros
Atraindo rostos sem nomes

Sou rei nessa avenida
Rei dessa cidade

Rei de mim

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