"Miguel e Alba conduziram-no ao bairro boêmio. Em pleno Centro, a poucos metros dos edifícios modernos de aço e vidro, tinham surgido na encosta de uma colina as ruas íngremes dos pintores, ceramistas e escultures. Tinham feito ali suas tertúlias, dividindo as antigas casas em minúsculos estúdios. As oficinas dos artesãos abriam-se para o céu através dos tetos de vidro, e, nas obscuras pocilgas, os artistas sobreviviam num paraíso de grandezas e misérias. Nas ruelas brincavam crianças satisfeitas, belas mulheres com amplas túnicas carregavam seus filhos às costas ou nas ancas, e os homens, barbudos, sonolentos e indiferentes, viam passar a vida, sentados nas esquinas e nos umbrais das portas."
( Isabel Allende - "A Casa dos Espíritos". Bertrand Brasil. Páginas 351 e 352.)
Comentários