Conversa franca com meu velho Amigo - 8


Tem um bom tempo que não Te escrevo. Eu sei que o Senhor sabe por onde eu ando e o que tenho feito. Estou tão feliz! Acho que ainda não Te agradeci devidamente por tudo que tem me dado. Lembra do meu sonho de poder estar no Centro do Rio todo dia? Então, acho que apesar das minhas lágrimas de emoção e sorrisos, sinto que precisava Te escrever contando. Mas não é nem por isso que estou tão feliz. Estou feliz por algo maior. Por algo que sempre quis na vida. Por algo que só nós dois sabemos (intensamente) ao meu respeito.

A turma do curso que eu consegui lá na Fundição é maravilhosa. E, depois de ter vivido aquela mediocridade de antes, fui meio balançado e acordado por algumas pessoas dessa minha nova turma. Surgiram esses seres interessantes na minha vida. E eu, como sempre amei pessoas, não pude deixar de notar – depois de muito tempo – as cores, que só eu enxergo, saindo do meu coração e encontrando as cores dos outros corações ao meu redor. E isso tem acontecido.

Sim Deus! Eu achei que tinha me perdido. Achei que nunca mais enxergaria as cores do meu coração interagindo e interligando-se a cores diferentes das minhas. Obrigado Deus! Porque o Senhor bem sabe o quanto sempre quis isso. Eu sei que esse lance de “cores saindo do meu coração” parece papo de maconheiro, mas o Senhor sabe o que quero dizer com isso, né? Faltam-me palavras compatíveis com os meus sentimentos, então tenho que improvisar com as que tenho no meu acervo mental mesmo.

Quero pedir por essas pessoas. Quero que o Senhor as proteja. Quero que o Senhor as prospere, as oriente e as capture para o seu Amor. O Senhor poderia fazer isso? Obrigado por me lembrar de meu propósito original que é AMAR. Deus, nada é por acaso, e eu posso ver que essas pessoas não caíram na minha vida por coincidência. Não! Antes há troca, há cumplicidade, há risos, intimidade! Eu tô tendo isso de forma tão natural que, às vezes, chego a achar tudo muito esdrúxulo (palavrinha que adquiri através da professora do curso novo).

Já te disse que estou feliz? Deus, eu tenho medo de perder essa felicidade como tantas vezes perdi. Acho que não suporto mais perdas. Sabe aquela desesperança de viver seca e passiva? Então Deus, as perdas me causaram isso. Não me deixe perder de novo, por favor! Acho que não sou mais capaz de aguentar. Não me deixe me perder de mim mesmo. Não me deixe perder o amor que tenho pelas pessoas, a esperança e fé na vida. Não me deixe usar as máscaras “very funny” com as quais me dou tão bem. Deixe-me ser feliz e livre! Deixe-me em minha liberdade de vento contraditório e imprevisível. Deixe-me planar na vida de outras pessoas. Deixe-me ser importante para as cores de algum coração. Deixe-me ser quem eu sou! Deixe-me voar cada vez mais longe e mais longe... Eu quero ser livre no conjunto de cores da minha alma que se envolve com outros pedaços de alma. Não permita que essas cores se apaguem com amargo sabor de traição, abandono, impureza e indiferença. Eu quero doar minhas cores para o mundo ver. Quero expor o bom da minha existência com um fim maior que eu mesmo. Eleve-me Deus! Eleve-me além das minhas faculdades. Além das minhas imperfeições. Sem moral, sem religião, sem meus julgamentos.

Te amo pra sempre...

Do seu filho estranho,


Bruno Serdera

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