Inominável
E de todos esses pesares
Eu digo: Ai de mim!
Pois a ardência do meu peito me consome
Consome minha carne imaterial
E me consomem lembranças
De tua saliva, de teu peito, de teus olhos
Sou insano por não conseguir esperar
Pela tua visão
Pela sofreguidão de tua respiração
Pela sonoridade de teus risos
Tão meus...
Sou amaldiçoado por preocupações
Por não saber onde andas
Por não conceber teu paradeiro
Por não saber se o mal te encontrou
Tão dócil e tão desprotegido
Sou ostentação silenciosa
Sou palácio de veraneio
Uma invenção desconhecida
Porque me perco encontrando teus lábios
Húmidos em conspirações mornas
Pois o que sinto não tem forma
É desmedido, desfigurado
É! Tão somente por ser
E de meu próprio mistério tiro o sumo
Da tua essência sem nome
Da intensidade do teu cheiro
Inominável
23/08/2013
Foto: David Talley
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