Central


Negros e imponentes
Fitam-me altivos
Os ponteiros da Central

Nuvens cinzas, transeuntes
Largas passadas
Onde largo grossas lágrimas

A calçada portuguesa
As machas do asfalto
A mancha em meu peito

Os prédios, os postes
Observam-me indiferentes
Ante minha marca

Até as poucas árvores
E os pombos famintos
Estremecem de repulsa

Vielas, ruas e praças
Aquiescem meu desalento
E prevejo minha sina

E eu prossigo
Um ente comum
Num dia qualquer

Eu e as lágrimas
A ferocidade do tempo
E recordações tuas

Comentários

Juan Carlos disse…
forte.. impactante
e sutil..

tré bien!

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