comentando#216


"Para mim isso não é nada novo. Sempre teve alguma coisa errada com as prova. As prova dá uma ideia de que eu não tenho cérebro. As prova dá uma ideia de que eu e minha mãe, minha família inteira, que a gente somos mais do que idiota, a gente somos invisível. Uma vez eu vi a gente na TV: era um programa cheio daquela merda de terror e castelos, sabe, tipo aquela merda toda assombrada. E as pessoa, bom, umas eram pessoa, outras eram gente vampiro. Mas as pessoa de verdade não sabia até que chegou a hora da festa. Sabe, os babaca comendo peru assado, tomando champanhe e coisa e tal. Aí tava cinco pessoa no sofá, e uma fica de pé e tira uma foto.Entendeu? Quando a foto aparece (é instantânea) só uma pessoa tá no sofá. As outras pessoa não existe. São vampiro. Eles come, bebe, usa roupa, fala, fode e coisa e tal, mas quando você vê direito, elas não existe.
Eu sô grande, falo, como, cozinho, rio, vejo TV; faço o que minha mãe manda. Mas sei que quando a foto volta eu não existo. Ninguém me quer. Ninguém precisa de mim. Eu sei quem eu sô. Sei quem eles diz que eu sô: uma vampira chupando sangue do sistema. Uma banha preta e feia que tem de ser limpada, castigada,  morta, mudada, posta pra trabalhar."

("Preciosa" - Sapphire. Record, páginas 41 e 42)

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