Sinto



As coisas que sinto são tão intensas que parece existir um mundo inteiro dentro de mim, mas que independe de mim. É tão complexo, confuso e estranho tentar entender essa “coisa” viva dentro de mim. Como uma massa, uma mistura de tudo e nada, que vai se movimentando. Ora fazendo doer, ora fazendo sorrir. A minha mente se desdobra e se fragmenta tentando acompanhar cada detalhe da imensidão do que sinto. Não sei se há propósitos. Mas não posso evitar sentir.

É uma imensidão limitada, toda minha, que cabe na pequenez da minha existência. Uma coisa é fato: tenho ciência de que sinto. Enquanto lágrimas ou sorrisos permeiam minhas expressões, eu me entrego a uma espécie de tempestade de pensamentos que se multiplicam em outros pensamentos, tomando proporções infinitas.

A minha alma é muito inconstante. Livre, ela faz piruetas no ar. E me incomoda saber que ela não me dá sossego nem de dia, nem de noite. A hora que quer ser ouvida é a hora que eu tenho que a ouvir. Cedo ou tarde, ela explode vulcânica em mim. E não há remédio senão deixá-la fazer o que quer. Teimosa, caprichosa e melindrosa, leva sua existência coexistindo com a minha. Porém colidindo com minha paz de espírito.

Então não me resta outra opção, apenas escrever. E escrevo o que minha alma diz. Escrevo porque sinto.

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