Ao Amigo
Desde que me afastei de Ti, percebi que não encontro amor maior que o Teu. Tenho vivido dissolutamente, me afundando conciente dos meus atos. A cada passo que dou, agrado a mim mesmo e me firo simultaneamente. Não sei se há propósitos nisso tudo. Mas eu sei que eu estou aprendendo a lidar com os meus erros. A maquiar minha verdade nua. Eu percebi que por mais impuro que eu esteja, não tenho amigo maior e melhor para conversar senão contigo. Desculpe-me por ignorar tua palavra, eu não tenho justificativas. Mas eu te peço tempo. Sim, por favor! Dê-me tempo de voltar pra casa. A minha única casa que é Você. Eu não tenho as respostas ainda. Eu sinceramente espero tê-las. O Senhor me conhece melhor que a mim mesmo e sabe melhor do que eu, o que eu levo aqui dentro. Busquei de todas as formas possíveis, ser melhor, ser Teu. Mas tudo e todos me sulgaram as energias. A Tua Igreja não é mais a mesma, ela não deveria ter me tratado tão diferente de Ti. Eu não deveria ter me tratado tão diferente do que Você me trata. Pois o Senhor sempre me tratou como um amigo. Como um menino. Como um homem forte. Como um filho. E eu nunca me respeitei como o Senhor me respeitou. O problema agora é que eu não quero voltar para a vida que eu vivia. Eu quero o que é errado. Aquilo que me dá prazer é errado. Não me importo com o que pensam de mim. Aqueles que me julgam não tem a compreenção clara de como é pesado ser eu. O Senhor não acha drama quando eu falo isso. Porque o Senhor sabe que realmente é assim. O senhor me conhece pelos avessos e costuras, cada dobra, cada curva do meu eu. Só te peço! Deixe-me voltar pra casa! Pra Tua casa! Eu não sei mais como se faz pra mudar o que eu quero. Mas o que eu quero é errado. E disso eu já abri mão muitas vezes, e menti pra mim em todas elas. Não fui feliz! Sempre faltava algo. Pois eu não permitir que o Teu amor me bastasse. E eu não sei como consegui resistir ao Teu amor. Eu falhei em tudo! Toda minha missão se foi. Eu perdi tudo o que eu tinha. Mais ainda estou aqui, vivo! E estou vivendo loucamente. Mas eu ainda estou aqui, em pé! Talvés não completamente de pé. Mas ainda assim de pé. E é isso que importa. Se o Senhor escreve certo por linhas tortas, por favor não esqueça da linha da minha existência. Eu não quero perecer! E eu também não quero que as pessoas que vivem na perdição sendo enganadas, pereçam também. Muitas dessas pessoas são muito melhores do que muita gente que não está na “perdição”! E isso me deixa triste! Eu não quero que elas se percam. Eu estou deixando de lado a mentira que eu tenho vivido, mesmo que por um minuto, para escrever isso dizendo tudo que sinto. No mais alto grau de verdade e simplicidade que eu conheço. Eu estou chorando. As teclas estão embaçadas e estou tentando vê-las com certo custo, já que as lágrimas estão me atrapalhando. E o que mais me assusta não é a infelicidade desse momento, mas a felicidade dos outros momentos de prazer que tenho vivido. Momentos onde me sinto completo de verdade, mesmo que sejam só momentos. Eu fico vendo todas as pessoas que eu conheço, e entre elas não conheço nenhuma com a sensibilidade absurda que eu tenho. Isso me assusta. Chega a ser cruel comigo mesmo, não saber o que fazer com todos esses sentimentos fortes e variados que me visitam todos os dias sem minha permissão. E eu encerro por aqui...
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