Pacto

Eu e os meus pecados
Mais uma vez
Perdendo...
Sorrindo pra minha própria consciência
Ironicamente!
Eu giro em torno dos prazeres
Justificando minha confusão
Procurando bases invisíveis
Eu e os meus pecados
Outra de muitas vezes...
Culpado!
Possuído por minha própria carne
Levianamente
Eu sei que me perdi
O que adianta negar?
Não posso fugir de Deus
Eu e os meus pecados
Num novo ciclo
Interminável...
Dançando na lama podre e fétida
Alegremente
Negligenciando o Amor Maior
Zombando de um sacrifício sangrento
Eu e os meus pecados
Ainda mais sujo
Irreconhecível!
Odiando quem sempre amei
Dolorosamente
Arrancando meu coração
Mutilando pedaço por pedaço
Deixando um enorme vazio
Eu e os meus pecados
Casando-nos intimamente
Com vestido de luto
Em grinaldas manchadas
Com o meu próprio sangue
Custando vida eterna
Num acordo infernal
De gritos e ranger de dentes

Comentários

Fassura disse…
Este poema me lembrou muito Augusto dos Anjos,muito bem escrito e terrivelmente amargo, triste, desmedido, sem esperança, condenado , acabado.
Airan Borges disse…
Nossaaaaaaaaaaaaa Augusto dos Anjos! Lia muito durante o Ensino Médio, doces lembranças! Nem tão boas palavras, as dele, mas ótimas lembranças, as minhas, rs!

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