Como é difícil esquecer.

Discurso da formatura do 3º ano do Ensino Médio da turma 3001 da qual eu fui orador e representante. Salão de Festas Imedhiato no Apolo III, 18 de dezembro de 2008.

C. E Dr Moacyr Meirelles Padilha. Data: 18 de dezembro de 2008. Aluno: Bruno dos Santos Serdera. Turma: 3001. 3º ano do Ensino Médio.

Caros colegas, familiares e amigos. Sinto-me honrado por ser orador de uma turma como a 3001, uma turma tão mista, de pessoas com temperamentos tão fortes e tão diferentes. Porém, por mais que eu quisesse recitar intermináveis poemas de pedras que no nosso caminho estavam e os caminhos com pedras que passamos, o meu espírito prático me impulsionou a descrever as principais características dessa turma e seus professores. Passamos à vida levando algumas lembranças importantes pra nós. Por que não levar as lembranças desse período da carreira escolar? Não se pode esquecer de momentos únicos como esse vivido hoje. Não se pode esquecer uma turma tão diversificada como a 3001. É... Como esquecer os nomes atrás do uniforme que passou tanto tempo no nosso corpo? Como esquecer o sarcasmo e a inteligência enorme de Apollo? Como esquecer os meus ataques de riso e loucuras, junto às idéias paranóicas que inventava? Como esquecer a nossa “matriarca” Janaína? Que sempre com um bom humor enorme lançava, com freqüência, frases cômicas que sempre nos faziam rir? Como esquecer a dupla mineira Jéferson e Jéssica? Que com suas implicâncias e o bom humor sempre nos absorviam a atenção. Como esquecer Karla Valéria? Que com sua timidez quase nem abria a boca na sala de aula, mas que junto de Neusimar falava até bastante?! Como esquecer o perigoso Leandro? Que sempre falava muito na sala de aula e implicava com todo mundo (e isso a turma toda concorda!!!), mas que com sua inteligência e força de vontade superou nossas expectativas e nos deu um exemplo de vida, que para crescer não precisamos nos prender em nossas limitações e sim na nossa vontade de crescer com fé em Deus. Como esquecer o amor divino de Lulu e a sua garganta sobrenatural, os “Calaboca Luana” e o seu cachorro Rabolço, Calabolço, Bolço... Sei lá! E sua facilidade de aprender e seu carisma e sua dedicação? Como esquecer o ouvido de ferro de Luciana? Que suportava todos os disparates diários que Luana conseguia dizer, mas que também nos surpreendeu com uma inteligência absurdamente incalculável. Como esquecer a doçura e a calma de Michelle? Como esquecer as histórias que a turma ouvia Neusimar contando para Karla e ao mesmo tempo a dedicação pelos estudos e pela família? Como esquecer os gritos istéricos de Regilane e a sua história sofrida no MC Donald’s? Como esquecer os ataques e as reclamações de Renata mas que com uma inteligência e amizade enorme nos conquistou? Como esquecer as ameaças de morte, o amor pelas armas e as guerras e toda agressividade de Richard? Que eram temperados com as viagens no famoso “foguete da alegria” e as piadas das quais nós nunca rimos. Como esquecer os foras bombásticos, o excesso de sinceridade e os gritinhos finos e agudos que Roberta Soares soltava sem esperarmos? Mas que sempre nos surpreendeu com uma amizade pura e sem interesses materiais, um senso crítico enorme aprendido com as lições da vida e a força de vontade. Como esquecer a gargalhada fatal de Roberta Machado? Que fazia todos rirem juntos. Como esquecer a agressividade de Silvana? Que sempre pedia coisas para o filho dela e nos divertia com seus ataques dentro de sala. Como esquecer o egocentrismo de Wesley? Que apesar da vaidade, mostrava uma inteligência muito grande e uma fonte imensa de questionamentos. Como esquecer os dançantes Douglas e Wheberson? Que sempre enchiam o palco das nossas culminâncias com suas apresentações. Como esquecer a letra bela de Amanda? Que sempre quebrava o galho dos professores para escrever no quadro. Como esquecer o trio João, Maxwel e Maycon? No qual eu dispenso comentários... Como esquecer a nossa baixinha mais nervosa da sala; Fabiana? Que sempre nos divertia com sua Miopia e seus foras... Como esquecer Karina e Bia? Nossa! Vocês duas falam, hein?! Como esquecer os que não chegaram até aqui com a gente?Como esquecer, por exemplo, Drielle? Que sempre nos divertiu e nos apavorou com sua irreverência e sua voz aguda. Mas que não chegou até aqui com a 3001. Como esquecer a Ellen? Que sumiu der repente sem deixar rastros. Como esquecer Tamilis? Que com sua “alma oxigenada” nos deixou e mudou para a noite. Como esquecer Tiago Rosa? Que nos deixou para trabalhar... Como esquecer essa turma? É difícil... Assim como é difícil esquecer os nossos professores... É difícil esquecer o chiclete que Jarlene engoliu dando aula, assim como é difícil esquecer a sua calma e paciência para ensinar o tenebroso mundo matemático. É difícil esquecer a frase “pezinho pra frente, pose de aluno (ou aluna) inteligente” de Bandeira, assim como é difícil esquecer sua seriedade e força de vontade para ensinar as Letras e Literaturas. É difícil esquecer a onomatopéia “pá, na cabeça” de Flávio, que com jovialidade nos ensinou as artes da educação física e nos fez perguntar a nós mesmo o porquê de estarmos tão “górdos” (Segundo Wesley...). É difícil esquecer as “borrachas voadoras”, as “macacas mulatas” e o famoso “se coube” de Suzimere, que nos ensinou fazer um bom “cruzamento”. Eu por exemplo, já sei cruzar uma ervilha rulgosa, hemofílica, com uma chinchila mulata, daltônica e com cabelo na orelha! É difícil esquecer os “forebes” de Dalsineide, que com um pulso firme e com uma garra impressionante, superou os obstáculos e nos ensinou sobre a “vida dos outros” e a termos um senso crítico aguçado para lutarmos pelos nossos ideais. É difícil esquecer os “pensamentos do dia”, as reflexões e as premissas verdadeiras e falsas que nos acompanharam com tia Lucinha, que nos ensinou a importância de se aprender a Filosofia e em seguida a Sociologia. Plantando em nós o senso crítico para sermos sensíveis às necessidades do nosso próximo, procurando sempre respeitar as diferenças e enriquecer culturalmente. É difícil esquecer as histórias e as receitas de Isa, que enchiam as aulas de língua inglesa de mais humor e quebrava a monotonia da segunda-feira. É difícil esquecer o caminhão de informações difusas que era despejado por Vagner em nós, que tanto nos apavorou com seus olhos arregalados de empolgação por ensinar o vasto mundo da Geografia, mas nos surpreendeu com sua grande inteligência e senso crítico. É difícil esquecer o cheiro de enxofre entrando na sala junto com Alex, que com bom humor, dedos nervosos para escrever e competência para ensinar nos mostrou o complexo mundo das cadeias carbônicas e da Química. É difícil esquecer os ensinamentos de Cláudia, que enfrentando todos os desafios nos ensinou a olhar para o Criador e valorizar a vida que Ele nos deu para ser frutífera. É difícil esquecer nossos diretores, coordenadores e funcionários. Que também nos acrescentaram boas doses de amor, carinho, paciência, humor, entre outros. É... Realmente é difícil esquecer tudo isso que passamos! Momentos únicos que não voltam mais. Agora todos nós entraremos em faculdades, conseguiremos empregos, montaremos famílias, não faremos nada, faremos tudo, viveremos enfim a nossa vida diferentemente. Alguns nós encontraremos por esse grande mundo, outros não veremos mais. Porém olharemos para trás sabendo que passamos pelo Meirelles Padilha um dia. Convivemos juntos um dia, fomos amigos um dia, fomos inimigos, namorados, companheiros, filhos, pais, alunos, professores. Fomos, Somos e Seremos. Mas que sejamos o que nos ensinaram de bom! Sejamos cidadãos! Sejamos o amor! Sejamos a paz! Sejamos bem sucedidos! Sejamos... Somente sejamos...