Silêncios. Silences.
O que se faz no silêncio? Eu sempre me faço essa pergunta quando tô sozinho e sem barulho. Ultimamente o silêncio tem sido bem maior que o barulho. Desde que me mudei pra cá tenho experimentado os muitos silêncios desse país. Eu acho que não é uma coisa negativa e inclusive prefiro o silêncio daqui do que o caos e a loucura de onde eu vim. Mas e agora? O que se faz quando se conquista o silêncio? Tempo de reflexão? Ócio? Não sei... Acho que eu fico mesmo perdido com essa coisa de ter bastante tempo entremeados de silêncios muitos.
Nunca é fácil estar e ser o que quer que se seja nesse mundo. Eu, particularmente, não acho fácil. A vida pra mim é uma matemática insolúvel. Eu corro atrás das respostas só pra achar mais dúvidas e voltar ao ponto inicial de procurar mais respostas. E também não estou dizendo que isso é de todo mal... Sei lá, sabe... Eu queria uma coisa mais simples de vez em quando. Queria sentir a leveza e ficar lá um pouco aninhado nela. Deve ser porque nessa etapa da vida eu me sinta cansado. Eu me cobro e digo que eu não deveria, mas não consigo me sentir diferente.
Eu acho que um dos principais motivos que eu voltei a escrever aqui nesse Blog é que aqui eu posso ser mais livre. Eu quero que me leiam, óbvio! Senão não escreveria. Mas quando se posta algo no Facebook ou em alguma plataforma social as pessoas tem uma tendência a demandar de você respostas, elogios, reações... É como se todo mundo precisasse ter uma opinião e despejasse seus próprios sentimentos em cima de você para que você resolvesse esses mesmos sentimentos pra eles. Eu não sei se eu posso resolver alguma coisa. Eu não sei se posso aliviar o fardo das pessoas que querem ou acham que estão me ajudando dizendo coisas que não necessariamente ajudam ninguém. Obviamente eu compreendo e sei que a maioria só tá tentando ajudar da maneira que sabe, mas ao mesmo tempo me irrita ver que não existe fórmula certa e comprovada que caiba em todas as vivências, todas as dores e alegrias de uma vida. Você pode oferecer cápsulas, deuses, signos, previsões e arrotos acadêmicos, mas no fim de tudo só sobra o mesmo silêncio universal que permeia a gente quando tudo isso passa.
Eu queria um amigo ideal. E por ser ideal ele me amaria, ele me encorajaria sem me sufocar, ele estaria ao meu lado e não seria um completo idiota. Mas, sinceramente eu também já deixei passar muita gente que seria perfeita na minha vida agora. Só porque não tava num bom momento da minha vida naquele tempo. E essa coisa incontrolável da vida desencontrar os caminhos é uma coisa tão doida. E aí que começam os “e se...”. Enfim, mas não foi, né? Então a gente só segue tentando não danificar e nem ser danificado. Eu quero ser feliz! Eu quero ser feliz! Eu quero ser feliz! É o mantra que eu tento repetir pra mim mesmo todo dia. Enquanto isso a gente toma o nosso belo e bom café e seque: Eu quero ser feliz!
Existo, ainda.
Comentários